terça-feira, 27 de agosto de 2013

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O "barulho" do Rock e "O Grito" de Marco Telles

marco1 
Por Antognoni Misael

Se tentarmos ler a música como se vê um quadro de pintura elencaremos alguns aspectos que efetivamente se relacionam. Uma canção calma, serena e tranquila nos sugeriria, quiçá, uma pintura de fim de tarde, com traços bem definidos, suaves, cores fortes, luzes, e perfeita perspectiva.

Agora, como se apresentaria a pintura de uma canção forte, intensa e pulsante?

Comparar a música do Marco Telles com alguma pintura é um exercício arriscado, vai que eu viajo demais... Mas, não tem como negar que a performance musical deste artista é de um expressionismo latente. Logo, a música do Marco é um "quadro expressionista"! É fusão e ebulição de confissão dos pecados; é relembrar o nosso estado incapaz de alcançar a Deus; é a subversão da religião pelo Evangelho; é um grito de entrega em direção aos céus que reverbera ... : “porque simplesmente eu não tenho outro motivo pra viver”, a não ser pela Glória do Rei, e por Amor a Ele.

“Promessa”, “Tua Graça Me Basta”, “Pela Glória do Rei”, são canções que gritam os ecos da alma e expressam verdades entre nós e Deus. São expressões que, mesmo se apresentando de forma simples, nos reservam nuances onde um conflito existencial se monta em nosso coração: Mundo e Eternidade, Vida e Morte, Mérito e Graça.

CONFLITO 1

“Não coloquem seus eternos olhos na miséria que se vê com olhos naturais O Que é visível veio a existir a partir do que não se pode ver Eu concluo então que o que se não vê é real e o que eu posso ver é sombra Olhe para o alto, para o nosso lar O lugar que realmente nos pertence” [A promessa]
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CONFLITO 2

marco_telles1“Pra viver ou morrer Pra sorrir ou chorar No vale ou alta montanha Eu irei Contigo, Viverei Contigo” [Pela Gória do Rei]
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CONFLITO 3

“Não são meus talentos Que me levam a Ti Não são os homens Que me levam a Ti Nem mesmo a minha santidade Me levará a Ti” [Tua Graça me Basta]
 
Pois bem, este fim de semana (sábado, 24 de agosto de 2013) tive a oportunidade de estar com Marco e sua banda e, admito gente, seu som é pesado! Se para alguns rock é "barulho", saibam que ele tem tudo a ver com a nossa inquieta alma, que jamais silenciará nesta vida, pois aguarda descanso eterno em Deus. Mas, voltando... apenas dizer as palavras mencionadas nos 'conflitos' acima, considerando a carga de Verdade cantada e o desejo intenso de estar mais perto do Pai, no centro da vontade dEle, torna-se algo 'descombinado'. É preciso GRITAR!
O_Grito
"O grito" - Edvard Munch
Então ali naquela noite gritamos os nossos próprios conflitos! Como loucos, cantando sobre o que não se vê (Jesus), ansiando pelo que nunca se definiu (eternidade), exortando-nos sobre o que nos espera (os Céus), gritamos com a nossa alma!

Por isso meus queridos é que o rock de Marco Telles é pesado, sabe por que? Porque o seu peso nos põe pra baixo, lugar onde sempre devemos estar. Nesta gangorra sonora forçada, caímos, enquanto Cristo foi exaltado, evidenciado, glorificado.

O grito de Marco Telles também é o meu grito, deve ser o nosso grito. Ele deve sempre ecoar assim:
“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”. Romanos 11:36

Confira algumas canções do Marco, dentre elas, duas das citadas no texto:  
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 Marco passou a tarde lá em casa, não "gritou", comeu quase nada, só riu, falou sobre a Graça e se divertiu. A noite, cantou o seu "barulho"e pregou o seu "grito" - e sabe quem esteve lá? Jesus! 

P.S.: A ideia do "grito" foi apenas uma tentativa fazer um diálogo entre a pintura expressionista de Edvard Munch, recheada de angústia e crise existencial, e o impacto da arte de Marco Telles. 

[Marco Telles é uma voz relevante na música cristã da Paraíba. Tem viajado pelos sertões e capitais levando o Evangelho e a Graça através de suas canções]

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